O mundo daquela mãe tinha acabado de desabar com o divórcio. Herdou muitas dividas atrasadas, incluindo as prestações da casa e o sistema de saúde.
O seu emprego em part-time, rendia-lhe um salário muito pequeno e poucos benefícios.
Sem nenhum apoio financeiro, ela acabou por perder a casa.
Para não ficarem ao relento, com muito sacrifício, conseguiu alugar um "trailer", que ficava estacionado, num acampamento local, para ela e para os seus filhos.
Aquilo era só, um pouco melhor, do que morar no seu pequeno e modesto carro, mas ela desejava, do fundo do seu coração, poder proporcionar algo mais para os seus rebentos.
Certa noite, depois de brincarem os três, um pouco com um jogo de damas e fazerem outras brincadeiras, a mãe autorizou os seus filhos a irem brincar lá para fora, no pequeno espaço que a casa tinha na frente, até a hora de irem dormir.
Enquanto os filhos se distraíam, ela sofria, sobre mais uma factura que tinha chegado para ser paga.
De repente, ouviu vozes e deu uma espreitadela, pela janela. Lá estava o senhorio do acampamento a falar com os seus filhos:
- Hei!!! meninos, vocês não gostariam de ter um lar diferente, mais completo, mais verdadeiro?
A mãe ficou tensa, prendeu a respiração e chegou-se para mais perto da janela, a fim de ouvir a resposta.
Uma emoção muito forte, tomou conta daquele coração de mãe, tão sofrido e tão dedicado, quando ouviu prontamente e de imediato a resposta dos filhos:
- Mas nós já temos um lar verdadeiro. Só não temos, por enquanto, uma casa para vivermos lá.
REFLEXÃO:
Na sua inocência, aqueles filhos, já sabiam o que é um verdadeiro lar.
Há tantas construções luxuosas, tantos castelos imensos, que servem apenas para proteger os seus habitantes das intempéries, mas não se prestam a oferecer o calor do afecto de um lar aconchegante.
O espaço pode ser amplo, mas se não houver os laços do amor, não será um lar verdadeiro.
Uma casa é fácil de construir, mas também é fácil de desmoronar, basta uma forte tempestade, um terremoto, um maremoto, ou outro fenómeno equivalente.
Mas a construção de um lar, requer um investimento diferente. É preciso muita atenção, renúncia, entendimento, perdão, ternura, afecto, companheirismo e confiança, naqueles que aí vivem.
Um lar assim, jamais será destruído, porque os seus alicerces são invisíveis e resistentes até mesmo às mais ameaçadoras catástrofes.
Dentro desses lares, dificilmente o vício terá lugar. Mas se por acaso penetrar sorrateiramente, logo será vencido pelo diálogo sóbrio que faz parte dessa construção.
As lutas podem ser difíceis, mas a união baseada no amor vencerá sempre, porque as suas estruturas são inabaláveis.
Quantas famílias vivem sob o mesmo tecto e não se conhecem...
Quantos familiares se isolam nos vastos e cômodos quartos, carregando sózinhos os seus dramas, sem compartilhar com ninguém, pois são estranhos vivendo na mesma casa.
Mas se há um lar verdadeiro, podem faltar recursos financeiros e até o necessário, mas os laços do afecto, estarão sempre bem apertados, dando sustentação e esperança para aqueles que nele vivem.
O lar é um templo onde podemos cultivar e manter as mais puras afeições e os mais sagrados laços de amor.
Por isso, façam do vosso lar um santuário onde se possa aspirar o aroma da felicidade e fluir o néctar da paz.
Recebi de um amigo este texto e senti que era um elogio, ás filhas que eu tenho. Toda a gente sabe que eu as amo e muito, elas também o sabem, mas quis dar-lhes este mimo e deixar aqui explicito, que também eu vivo num lar assim. VERDADEIRO E CHEIO DE AMOR. Um beijo enorme e obrigada, amigo por este carinho. PAULITA.