RecadosAnimados.com
A escassas horas de atingir uma etapa de grande importância na minha vida pessoal (defesa da minha tese de mestrado) decidi presentear-vos com os ensinamentos que obtive durante quatro anos de intensa investigação.
Não vos vou falar de métodos de treino (temática da minha tese) nem de futebol (uma das minhas áreas profissionais e aquela que impulsionou toda a investigação), mas sim transferir as conclusões a que cheguei para a nossa vida diária.
O tema do conhecimento é algo que se transformou numa moda, numa tendência e mesmo numa vaga de pensamento sobre o mundo que nos circunda. Acredita-se que será o conhecimento, o grande motor de desenvolvimento da nossa sociedade rumo a um novo mundo.
Esta prevalência do conhecimento está bem patente nos nossos estilos de vida, tornando-se impossível gostar, amar ou odiar sem se ter um conhecimento profundo sobre a outra pessoa (pode-se fazer tudo isto sem se conhecer, todavia tudo não passará de um acto irresponsável). Torna-se de igual modo impossível opinar ou julgar sem se conhecer (também neste aspecto se poderá fazê-lo, mas mais uma vez de modo irresponsável).
Se o conhecimento bastasse como elemento único de busca ou validação da verdade tudo seria perfeito. Poderíamos afirmar com toda a certeza o tipo de comportamento de uma determinada pessoa só e apenas pelo facto de a conhecermos. Tantas e tantas vezes acabamos por ser surpreendidos com situações que não prevíamos e acabamos por dizer que afinal não tínhamos todo o conhecimento.
A questão central deste post é a seguinte: conhecer é diferente de compreender. Nós podemos conviver com uma pessoa durante anos, obtendo dela todo o conhecimento, e ao mesmo tempo acabamos por nunca a compreendê-la.
Compreender é perceber a complexidade da outra pessoa, perceber as suas conexões com o contexto de que faz parte, perceber as suas motivações e a sua cultura. No dia em que conseguirmos compreender aí sim estaremos bem perto da verdade e nesse momento poderemos afirmar com maior segurança: eu gosto, eu amo ou eu odeio.
Deixo-vos esta base de reflexão, esperando que possam encontrar nela validade para orientarem as vossas vidas.
Pedro Mendes (com revisão editorial da Paulita)
Graphics for Animated Comments