Hoje uma vez mais se celebra o Dia Mundial da Criança. Um dia que para todas as crianças deveria ser igual, mas que infelizmente todos sabemos que, nem todas as crianças, são ou estão a ser tratadas da mesma forma, por isso, apesar de se dizer que é o dia da criança, tenho mesmo de dizer que é o dia de algumas crianças.
Este dia, como sempre eu, particularmente, digo que é o dia das minhas filhas, pois como sempre o fiz, á meia noite dei as prendinhas que lhes comprei, passei o dia com elas e logo, tal como é hábito desde que nasceram, vamos jantar e festejar este dia. Apesar de grandes, de mulheres, as minhas meninas são ainda as minhas crianças, ao ponto de á pouco, por brincadeira disse á minha filhota"...anda cá, vem ao colinho da mãe...", confesso que lhe tentei pegar, mas realmente não consegui. Hoje neste dia, também eu aqui quero deixar dois recadinhos. Um á Catarina, outro á Patricia. Então é assim, começo pela mais velha:
Filha ainda hoje dormiste comigo e durante o teu sono eu contemplei essa tua cara linda que ainda hoje me fascina. Ao ver-te dormir pensei, que ainda recordo, quando te peguei pela primeira vez a fim de cortar o cordão umbilical, que te prendia a mim. Ainda hoje me recordo, das molas da roupa, no teu cabelo e tu a dizeres que era uma permanente. Tu tens consciência do que significas para mim e do bem que me fazes, daí que tudo que te possa dizer aqui, seria a repetição do que te digo todos os dias. Estou muito orgulhosa das nossas conversas ao serão, acerca do teu trabalho, dos teus doentes, das pessoas que te estimam e te querem bem. Abençoado o tempo que ao longo destes anos investi em ti, na tua formação como pessoa, como mulher, como ser humano. Amo-te Nitinha, serás sempre a minha menina, com os cabelos cheios de canudos e caracóis.
Agora o recado para a mais nova:
Filha tal como já aqui escrevi, ainda á pouco tentei pegar-te ao colo e não consegui. Tu cresceste, e os meus braços e forças, não são mais os mesmos de antigamente. Mesmo assim, é com muita alegria que quando me apanhas sentada, vens de mansinho e te sentas ao colinho e me chamas de mãezinha. Comigo anda sempre, a prenda mais linda que recebi, na passada Páscoa que foi aquela moldura digital, que está cheia de fotos vossas e que eu, estou sempre a ver e a mostrar a todas as pessoas. Termino da mesma forma como terminei o recadinho da mana, ou seja, tu tens consciência do que significas para mim e do bem que me fazes, daí que tudo, que te possa dizer aqui, seria a repetição do que te digo todos os dias. Estou muito orgulhosa das nossas conversas ao serão, acerca da tua escola, do teu curso, dos tratamentos e massagens de beleza que me fazes a mim e á mana, és mesmo barra nisso. Abençoado o tempo que ao longo destes anos investi em ti, na tua formação como pessoa, como mulher, como ser humano. Amo-te Nhó-Nhó, serás sempre a minha menina com os cabelos aos caracóis e com esses teus olhinhos, que tal como diz a avó, quando te ris, "o mundo fica ás escuras".
Hoje uma vez mais, ainda passo este dia somente convosco, e aguardo, sem nada vos dizer, pelo dia em que com os meus netos, eu possa olhar e dizer..." estas são as minhas crianças, filhas e netinhos".
Agora um texto que a Patricia me ajudou a escolher para deixar aqui.
DESABAFO DE UM ADULTO
Às vezes pergunto-me, por tenho que crescer???
Porque me rotulam como louco, pelas minhas atitudes, por eu ser Feliz..
Por eu gostar de rir, de olhar para as estrelas, por eu ser sensível?!!!
Ou por que eles são loucos, e não eu...?
Olho para as minhas filhas e vejo ali um pedacinho de mim. Claro que tenho responsabilidades, mas até eu, às vezes, coloco pés no chão; afinal, gosto de coisas caras, gosto de viver bem e isto custa...
Vivo num mundo, que não é o que gostaria, mas tenho minha missão aqui, e vim para aprender, ser feliz e fazer felizes os que me rodeiam... se assim permitirem...
Digam-me, que culpa tenho eu, de gostar de pipocas, algodão doce, de rir alto, de poesias, de desenho, de correr á chuva, de ficar sem fazer nada, (como um adolescente), mexer na terra, sujar-me de barro, de muitos beijos, de carinhos....e além de tudo isto, muito mais: ainda conseguir ler um bom livro, ter minhas próprias ideias, reflexões, ser sério ás vezes. Mas cobram-me, quando uno os dois lados, chamam-me de louco, doido e tantos outros termos...
E o crescer tira-nos tudo isto. E tira-nos a direcção, de que o adulto e a criança têm que andar juntos. Afinal, somos um só. A criança que fui está aqui ainda, dentro deste adulto, às vezes carrancudo, mas uma eterna criança....
sem isto a vida não tem graça....
Feliz DIA DAS CRIANÇAS, com pipocas ou não!!!
Por hoje é tudo.
Um beijo a todos.
PAULITA.