sábado, 4 de outubro de 2008

UM OBSTÁCULO A ULTRAPASSAR


Este fim de semana, vai ser o meu primeiro obstáculo, a ter de ser ultrapassado. Será o último fim de semana, que irei passar, naquela casa linda, que um dia comprei, numa altura em que estava muito doente. Foi uma casa que me apaixonou logo desde o primeiro instante. Assim que a fomos ver, nem quisemos ver mais nenhumas. Ao longo destes anos, passámos lá momentos muito felizes. Via a alegria estampada no rosto das minhas Anas, quando á sexta feira á noite, ou ao sábado de manhã, nos dirijia-mos para lá, a fim de passar o fim de semana. A Ericeira foi para mim, tal como para as minhas filhas, aquele amor á primeira vista. Ali passámos muitos e bons momentos. Quando chegava o domingo, ao final do dia tinhamos de voltar, eu sentia dentro de mim um aperto tal, que vinha a maior parte do tempo calada. Ali reunimos dezenas de amigos, familiares, ali passámos Natais, ali assistimos, vários anos á velha tradição do Ano Novo, em partir as garrafas, no "Jogo da Bola". Ali tantas vezes assistimos ao fogo de artifício, mais bonito que alguma vez assisti, sempre que a mais velha discoteca de Portugal, chamada "OURIÇO", festejava mais um aniversário. Ali assistimos durante estes anos, ás festas da vila, que se realizam durante o mês de Agosto, em honra da Nossa Senhora da Boa Viagem, assim como á sua célebre procissão, vinda pelo mar. E na carita das minhas filhas eu via sempre tanta alegria, tanta felicidade. Ali a Catarina festejou os seus 18 anos. Ali a Patricia começou por conhecer, os primeiros amiguinhos e a juntar-se ao grupo do hi5, que se chama Ericeira. Mas agora chegou o fim. O dinheiro fala mais alto e fomos obrigadas a ter de concordar, com a venda daquela casa, que sempre foi tão amada por nós as três. Ali a Patricia, começou a namorar, um Ericeirense como eu lhe costumo dizer. Assim chegou finalmente o fim de semana, da despedida. Dentro de dias a escritura vai ser realizada e nós nada pudemos fazer, para o evitar. Naquela nossa casa, onde tantas as vezes vi as minhas filhas rirem com vontade, assisti á pouco tempo atrás á minha filha chorar compulsivamente, de um modo que metia dó, sem se conformar por ter de ficar sem a casa. Chorava ela e chorava eu, assim como a mais velhita mostrava a sua grande angústia. Hoje chegou o dia. Está vendida. Já não é nossa. Já não temos ali nada que nos prenda. Sei que para as minhas filhas, foi uma cruel injustiça que lhes fizeram. Foi uma facada pelas costas, pois elas, tal como eu, nunca pensámos que a venda da casa, iria para a frente. Eu sempre pensei que aquela casa seria futuramente, um património das minhas filhas, por direito, mas não. Um cheque, fala sempre mais alto, mesmo que as coisas e as pessoas se vendam, por um preço quase dado. Mas tem de ser, vamos sair daqui, com uma enorme saudade, com uma enorme mágoa, com uma enorme traição feita a elas e a mim também, mas tem de ser. Vou ficar sempre serena, pois para chorar, basta ver a minha filha embalada no seu desgosto, ainda por cima, deixando lá o namorado, mas ela vai superar, tal como ambas, já superaram tantas coisas. Para isso cá está a mãe, para dar colinho. E um dia, quem sabe, não viremos a ter uma outra casa ali, naquele sitío, onde o povo sábiamente diz...Ericeira, onde o mar é mais azul...a todas as pessoas amigas que lá conhecemos e deixamos, todas sabem o porquê desta venda e sei que teremos sempre a amizade delas. Aos meus pais, irmão, cunhada e sobrinhos, que nos, irão acompanhar este fim de semana, para que a dor seja um pouco mais atenuante, no peito de uma menina de 19 anos, noutra de 21, e também no meu. A todos quero dizer que é verdade!!! nada dura para sempre. Cada dia mais se constacta, que tudo na vida tem principio, meio e fim. E a minha casa, chegou ao fim, nas nossas mãos. Para os futuros proprietários, que eu até simpatizei com eles, desejo toda a sorte do mundo, e quero agradecer-lhes, toda a ajuda e apoio que me estão a dar assim, como ás minhas filhas, neste momento difícil. A si "TIO PAURINO", só posso dizer, por esta lutei, mas infelizmente não consegui. Se as minhas filhas não conseguiram, eu muito menos. Paciência, virar de página, nova vida se aproxima. Sei que vou sentir saudades, aliás já as sinto, mas graças a DEUS, que o dinheiro desta venda, não me está a fazer falta, nem me vem trazer mais felicidade que aquela que já tenho. Ao olhar este dinheiro, irei sempre lembrar-me que por ele, vi a minha filha de coração despedaçado a chorar e a pedir-me:"mãe ajuda-me" e eu sem o poder fazer, não dependia de mim. A todos vós amigos, obrigado também pelo apoio e quero-vos dizer que apesar de tudo, continuo de pé. SEMPRE. Um beijo da PAULITA.

8 comentários:

Anónimo disse...

PAULITA:

É assim amiga, a vidinha é mesmo assim, tropeções, quedas, e tudo irreversível. A seguir, temos que nos levantar, sacudir a roupita, erguer a cabeça e seguir em frente, já mais crescidos e, de olho aberto, porque no mundo não há só gente que não presta.

Anónimo disse...

PACIÊNCIA AMIGA. O QUE INTERESSA SÃO AS BOAS RECORDAÇÕES QUE FICAM. BEIJINHOS E FORÇA!

Anónimo disse...

Amiga como doeu ler esta post. Mas á que erguer a cabeça e quem sabe se um dia não tera outra mais bonita. Bjs.

Anónimo disse...

Miguita ! Já passei por uma situação identica e sei ke não é fácil ! Mas com coragem consegui ultrapassar !! E tu também vais conseguir !! Um grande beijinho

Anónimo disse...

Fizeram-nos acreditar que amor mesmo, amor para valer, só acontece uma vez,
Geralmente antes dos 30 anos.
Não nos contaram que amor não é accionado, nem chega com hora marcada.
Fizeram-nos acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade.
Não nos contaram que já nascemos inteiros, que ninguém na nossa vida merece carregar nas costas
a responsabilidade de completar o que nos falta:
a gente cresce através da gente mesmo.
Se estivermos em boa companhia, só é mais agradável.
Fizeram-nos numa fórmula chamada
"dois em um": duas pessoas que pensam igual, agem igual, que era assim que funcionava.
Não nos contaram que isso tem nome: anulação.
Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.
Fizeram-nos acreditar que casamento é obrigatório e que os desejos fora de hora devem
ser reprimidos.
Fizeram-nos acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco, são caretas, que os que transam muito
não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto.
Só não nos disseram que existe muito mais cabeças tortas do que pés tortos.
Fizeram-nos acreditar que só há uma maneira de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade.
Não nos contaram que estas fórmulas estão erradas, frustram as pessoas, são alienantes, e que
podemos tentar outras alternativas.
Ah, também não contaram que ninguém vai contar
isso tudo para nós.
Cada um vai ter que descobrir sózinho.
E aí, quando você estiver muito apaixonado por si mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém"
(John Lennon)

"O maior erro que você pode cometer, é o de ficar o tempo todo com medo de cometer algum erro."
(William Shakespeare)

Beijos recheados de carinho...

Anónimo disse...

Força Amiga.....! Melhores dias virão.
Se precisares de algo estou aqui.
Beijo Grande.
FA

Anónimo disse...

> > Aprendi....que ninguém
> > é perfeito
> > enquanto não te apaixonas.
> > Aprendi....que a
> > vida é dura
> > mas eu sou mais que ela!!

> > Aprendi que...as
> > oportunidades nunca se perdem
> > aquelas que
> > desperdiças... alguém as aproveita
> > Aprendi que...quando
> > te importas com rancores e
amarguras
> > a felicidade vai para outra
> > parte.
> > Aprendi que...
> > devemos sempre dar palavras boas...
> > porque amanhã nunca se sabe
> > as que temos que ouvir.
> > Aprendi que...um sorriso
> > é uma maneira económica de melhorar
o teu aspecto.
> > Aprendi que... não posso
> > escolher como me sinto...
> > mas posso sempre fazer
> > alguma coisa.
> > Aprendi que...quando
> > o teu filho recém-nascido
> > segura o teu dedo na sua mão
> > têm-te preso para
> > toda a vida
> > Aprendi que...todos
> > todos querem viver no cimo da
montanha...
> > mas toda a felicidade
> > está durante a subida.
> > Aprendi que... temos
> > que gozar da viagem

> > e não apenas
> > pensar na chegada.

> > Aprendi que...o melhor é
> > dar conselhos só em duas
circunstancias...

> > quando são pedidos e
> > quando deles depende a vida.
> > Aprendi que...quanto
> > menos tempo se desperdiça...
> > mais coisas posso fazer.

Anónimo disse...

Olá, passei por aqui e após, ter visto o seu blog no google...
passei e surpreendi-me com a sensibilidade que pôe naquilo
que escreve, claro, mas a descrição do seu perfil, encantou-me..rs
Descreve-se muito bem, de uma forma bem humorada e sincera.
Eu acho, que fazer isso é tão difícil, que nunca tive coragempara dar o primeiro passo!
Gostei.
Principalmente na parte em que menciona os seus animais..hehe.
Um abração e parabéns!